quinta-feira, 29 de setembro de 2011


NOGUEIRA, Maria Alice. BOURDIEU E A EDUCAÇÃO. 2 ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2006 PP 33-56

Com o objetivo de analisar detalhadamente o modo que Bourdieu concebe a realidade social, os autores fizeram uma pesquisa bibliográfica, tendo como base teórica o próprio Bourdieu, além de uma breve contribuição de Durkheim e Marx. Em relação às produções simbólicas Bourdieu indica e contrapõe- se a três tradições sociológicas e filosóficas. Primeira, a representada por Durkheim, onde o sistema simbólico é como elemento que organiza o conhecimento e a percepção que os indivíduos têm da realidade. A segunda é analisada como realidades organizadas em função de uma estrutura subjacente que busca identificar-se, e a terceira representada por Marx; o recurso utilizado para legitimar o poder de determinada classe social. Para Bourdieu, levando em consideração a duas primeiras tradições, essas produções simbólicas seriam capazes de organizar a percepção dos indivíduos além de proporcionar a comunicação entre os mesmos sendo assim estruturados internamente. Por outro lado se opõe a corrente marxista segundo Bourdieu as produções simbólicas participam da reprodução das estruturas de dominação social, porém acredita que seja de forma indireta, quase imperceptível. Para ele o conceito de campo e usado para referir-se a certos espaços de posições sociais no qual é determinado o tipo de bem produzido, consumido e classificado. Desse modo os indivíduos envolvem-se numa luta pelo controle dessa produção, desse modo o campo de produção simbólica seria um palco de disputas entre dominantes e pretendentes. No que diz respeito à cultura dominante, Para ele se trata de uma violência simbólica onde há a imposição da cultura de um grupo, como se tal cultura fosse à verdadeira ou a única forma cultural existente, pelo fato de ter sido imposta historicamente pelos grupos dominantes. Para Bourdieu as hierarquias culturais reforçam, reproduzem e legitima hierarquia social, ou seja, a divisão entre grupos: os dominantes e os dominados. Para ele a produção simbólica de um individuo ou grupo está subordinada ou determinada pelas suas condições materiais de existência. O sistema simbólico, portanto, é a base pela qual se constitui e se exerce o poder na sociedade. Resultando dessa forma numa realidade social totalmente hierárquica, em que sempre prevalece a classe dominante tanto em relação à cultura como também outros aspectos.           

Palavras – Chaves:
Capital. Poder Simbólico

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